De acordo com dados divulgados pela Organização Mundial de Turismo das Nações Unidas (OMT), o turismo internacional crescerá 15% em 2024 em relação ao ano passado. A previsão também indica que 2024 ultrapassará os níveis de 2019 em 2%. Após o turismo internacional terminar 2023 a 88% dos níveis pré-pandêmicos, com cerca de 1,3 bilhão de chegadas internacionais, a OMT enxerga 2024 como ano de recuperação plena pós pandemia.
No ano passado, o Oriente Médio liderou a recuperação em termos relativos, sendo a única região a ultrapassar os níveis anteriores à pandemia, com chegadas 22% acima de 2019. Já a Europa, a região mais visitada do mundo, atingiu 94% dos níveis de 2019, apoiada pela procura intrarregional e pelas viagens dos Estados Unidos.
A África, por sua vez, recuperou 96% dos visitantes anteriores à pandemia e as Américas atingiram 90%, enquanto a Ásia e o Pacífico atingiram 65% dos níveis anteriores à pandemia. Quatro sub-regiões excederam os seus níveis de chegada de 2019, sendo elas: o Sul da Europa Mediterrânea, o Caribe, a América Central e o Norte de África.
A organização espera que o aumento da conectividade aérea, uma recuperação mais forte dos mercados e destinos asiáticos, e o desencadeamento da procura reprimida sejam fatores-chave em 2024. Pesquisas apontam que a Ásia será líder de crescimento em 2024.
De acordo com o secretário-geral da OMT, Zurab Pololikashvili, os dados mais recentes da OMT destacam a resiliência e a rápida recuperação do turismo, prevendo-se que os números pré-pandêmicos sejam atingidos até o final de 2024. A recuperação já tem um impacto significativo nas economias, no emprego, no crescimento e nas oportunidades para as comunidades de todo o mundo. Segundo o secretário, os números recordam também a tarefa fundamental de promover a sustentabilidade e a inclusão no desenvolvimento do turismo.
Políticas de isenção de visto guiam o crescimento
As políticas de isenção de vistos também devem impulsionar o turismo em neste ano. A China, por exemplo, estendeu a isenção de visto para cidadãos da França, Alemanha, Itália, Holanda, Espanha e Malásia até 30 de novembro. Novas políticas de vistos de outros países também facilitaram este crescimento.
Na África, o Quénia e o Ruanda promulgaram políticas de isenção de vistos que deverão facilitar o crescimento do turismo regional. Espera-se ainda que o novo visto regional da Arábia Saudita, dos Emirados Árabes Unidos, do Qatar, do Bahrein, do Kuwait e de Omã impulsione o turismo em partes do Médio Oriente. A evolução do conflito Hamas-Israel, no entanto, pode perturbar as viagens na região e impactar a confiança dos viajantes, disse o grupo da ONU.
Boom do turismo americano continuará
Apoiadas por um dólar americano forte, as viagens ao exterior norte-americanas irão impulsionar a recuperação em 2024. Em 2023, os turistas americanos foram os principais responsáveis pela recuperação da Europa. Os americanos foram o principal mercado emissor em destinos como Paris e o segundo maior ‘gastador’ em 2023, segundo Corinne Menegaux, diretora do Posto de Turismo de Paris. Cerca de 1,8 milhão de americanos visitaram a cidade por via aérea em 2023, um aumento de 25% em relação a 2022.
Os destinos esperam que o boom do turismo americano continue. O VisitBritain, por exemplo, prevê que os americanos continuarão a ser responsáveis por quase uma em cada cinco libras de todos os gastos com viagens de entrada no Reino Unido em 2024.
Principais desafios de 2024
Os problemas econômicos e geopolíticos continuam a representar desafios significativos para a recuperação sustentada do turismo internacional e dos níveis de confiança. A persistência da inflação, as elevadas taxas de juro, a volatilidade dos preços do petróleo e as perturbações no comércio podem continuar a afetar os custos de transporte e hospedagem em 2024. A escassez de mão de obra no turismo ainda continua a ser uma questão crítica, uma vez que as empresas do setor enfrentam um déficit de profissionais.
Por fim, a evolução do conflito Hamas-Israel também pode perturbar as viagens no Médio Oriente e afetar a confiança dos viajantes. A incerteza da agressão russa contra a Ucrânia, bem como outras tensões geopolíticas crescentes, continuam a atrapalhar a confiança dos viajantes.
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