Política
Israel Gomes
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Nova direção da legenda no Estado anulou as permissões para 14 parlamentares que entraram na Justiça com ação de desfiliação por justa causa
O grupo de parlamentares pedetistas ligados ao senador Cid Gomes vai aguardar decisão judicial sobre o processo de desfiliação do Partido Democrático Trabalhista (PDT). A ala cidista aguarda a Justiça resolver o impasse após a nova direção da legenda no Ceará, sob o comando do ex-senador Flávio Torres, anular as cartas de anuência cedidas aos deputados em novembro do ano passado, sob o argumento de que o processo ocorreu sem passar pela análise da Executiva Nacional .
“Essas alegações deles já estão nos autos do processo. Não há nenhuma novidade nisso. Acredito que estão tentando criar um fato novo, onde não há. O processo está na justiça e nós vamos continuar aguardando a sua decisão”, disse a deputada Lia Gomes por meio de nota enviada pela assessoria de comunicação ao O Otimista.
Deputado Guilherme Bismarck, por sua vez, afirmou que seguirá a decisão que for orientada pelo grupo cidista. “Provavelmente o caminho é judicial”, ressaltou. Osmar Baquit, que é o 2º vice-presidente da Mesa Diretora da Assembleia Legislativa do Ceará (Alece), acrescentou que os advogados dos parlamentares “estão atentos” às novas movimentações relacionadas às cartas de anuência.
O instrumento havia sido aprovado pela Executiva do partido no Estado no dia 8 de novembro passado, quando a legenda estava sob o comando de Cid Gomes. O senador, inclusive, está de saída da sigla e o PSB já anunciou que dia 4 de fevereiro ocorrerá o ato de filiação do parlamentar junto com prefeitos e outras lideranças políticas.
Em reunião na última quinta-feira, 25, a nova direção anulou as cartas que permitem que os parlamentares da ala cidista deixem a sigla sem correr risco de perder o mandato. “O atual Presidente afirmou que o Diretório Estadual, quando presidido pelo Senador Cid Gomes, tinha prévia e plena ciência das regras internas para a expedição de Cartas de Anuência de desfiliação, porém não encaminhou quaisquer eventuais pedidos de anuência de desfiliação à Executiva Nacional”, ressalta trecho da ata do encontro.
“Por conseguinte, por óbvio, não houve a instauração de qualquer processo administrativo de apuração dos fatos e nem a homologação das ditas Cartas de Anuência pela Executiva Nacional”, acrescenta o documento. “Uma vez que não foram submetidas ao prévio crivo da Executiva Nacional e em decorrência dessa grave irregularidade formal, todos os instrumentos devem ser anulados e tornados sem efeito”, finaliza a resolução.
A decisão cita 14 deputados estaduais, entre titulares e suplentes, que tiveram cartas de anuência aprovadas pelo partido em novembro. São eles: Antonio Granja, Bruno Pedrosa, Helaine Coelho, Guilherme Bismarck, Guilherme Landim, Jeová Mota, Lia Gomes, Marcos Sobreira, Oriel Filho, Osmar Baquit, Romeu Aldigueri, Salmito Filho, Sérgio Aguiar e Tin Gomes.
Os políticos integram uma lista de parlamentares que protocolaram ação de desfiliação do PDT por justa causa em dezembro passado, alegando grave discriminação política pessoal.