O calcanhar de Aquiles do prefeito José Sarto (PDT), pré-candidato à reeleição, é a comunicação – da gestão, propriamente dita, e pessoal.
É bem verdade que as duas melhoraram. Tanto que é zero a dúvida de que será o pedetista o candidato do grupo da administração municipal.
A certeza atual não era tão sólida há uns seis meses. De lá para cá, os índices melhoraram. É o que dizem pesquisas para consumo interno.
A gestão Sarto tem bons resultados em muitas áreas. Mas a Cidade sabe disso em níveis muito abaixo do que o prefeito precisa.
A gestão ganhou mais visibilidade na cobertura jornalística e as relações institucionais com os veículos, na média geral, estão alinhadas.
Esse é o caminho. Mas a estrada é longa. O prefeito – mais do que a gestão -, tem um estoque de rejeição – algo difícil de diluir numa pré-campanha e campanha.
Mas não é algo impossível e a fórmula é conhecida por especialistas: se a gestão acertar a mão na comunicação, a imagem do prefeito sobe junto.
Comunicação de governo se faz com gestão de competências e verba. A governamental, embora treinável, é estilo pessoal e leva mais tempo.
Mas o histórico é batata. Liste os políticos mais craques em se comunicar que conhece e você terá concorrentes competitivos – quase imbatíveis.
Oposição vai buscar voto nos bairros populares
Em anos eleitorais, todos fazem pesquisas. É por onde grupos balizam suas estratégias.
A gestão Sarto diz atuar bem em bairros populares de Fortaleza. Haveria boas entregas em obras e serviços.
Mas essa informação não chega ao grande público da Cidade, de forma massiva.
Os opositores também sabem disso. Por isso o discurso, já difundido, de que somente as áreas nobres são contempladas.
Ou seja, os bairros populares serão campos de batalha eleitoral.
Periferia equivale a interior do CE
Sob vários aspectos, eleições gerais são muito diferentes de disputas locais.
De qualquer forma, há similitudes. Uma delas é a distribuição geográfica do voto. Em 2022, por exemplo, Elmano de Freitas, que ficou em segundo lugar em Fortaleza, foi buscar no Interior do Estado a larguíssima dianteira em cima dos concorrentes.
A grande vantagem lhe entregaria a vitória ainda no primeiro turno.
Em Fortaleza, a lógica meio que se aplica: bairros populares funcionam como espécie de cidades do Interior, para compensar eventuais derrotas em áreas nobres. Simples assim.
Eleição e IA
Há quase uma década, os chamados robôs de internet já são responsáveis pela maior parte do tráfego no ambiente digital.
Agora, onipresente, a inteligência artificial deverá chegar com tudo no processo eleitoral brasileiro, neste 2024.
Ninguém sabe, ainda, como será. Mas é consenso que quem sair na frente terá vantagens competitivas.
Segmentação
O mundo, em seus vários quadrantes, funciona em bolhas. Neste 2024, portanto, poderá se dar bem quem conseguir ajustar mensagens para cada tipo de público, em termos ideológicos.
Isso vale para questões ligadas à saúde, segurança pública, educação e por aí vai. Se cada eleitor tem sua dor, o remédio deve ser diferente para cada um.
A grande ameaça global de 2024
O ano político de 2024 surge com um histórico alinhamento de eleições, em várias partes do mundo.
No último final de semana, houve votação na ilha chinesa de Taiwan; em abril, a Índia, país mais populoso do mundo, vai às urnas; em março, uma eleição será realizada na Rússia; em junho, o México elege representantes; os Estados Unidos escolherão o presidente do país em novembro.
Pleitos também acontecerão para o Parlamento Europeu, África do Sul e Venezuela, entre vários outros. E, claro, o Brasil, em outubro.
O que liga todas essas disputas eleitorais? A apreensão de que a indústria multinacional da desinformação atue para manipular e distorcer o futuro dessas democracias.
O post O desafio da gestão e do prefeito Sarto – por Erivaldo Carvalho apareceu primeiro em O Otimista.