De Tonia Machado, da redação do LinkedIn Notícias
Um estudo da FGV Ibre aponta que a falta de vagas em creches e pré-escolas públicas no Brasil prejudica a inserção das mulheres no mercado de trabalho e o desenvolvimento das crianças. O levantamento mostra, ainda, que o país está longe de cumprir a meta do Plano Nacional de Educação de universalizar a educação infantil para crianças de 0 a 5 anos. Além disso, revela que as mães com filhos fora da escola têm menor escolaridade, renda e participação no mercado. Entre as mães de crianças de 0 a 1 ano fora da creche, por exemplo, 53,8% estão fora da força de trabalho. Já entre aquelas com filhos matriculados a taxa cai para 18,1%. A situação é mais grave para as mães negras, que enfrentam mais dificuldades para encontrar vagas.
Segundo levantamento da economista Janaína Feijó, crianças fora de escolas correspondem a maior parcela de mães fora do mercado de trabalho. Estudo do FGV IBRE – Instituto Brasileiro de Economia afirma que a cobertura de vagas para crianças de 0 a 5 anos está abaixo da meta estipulada pelo Plano Nacional de Educação, impactando não só o desenvolvimento dos alunos, como também a permanência das mulheres na força de trabalho. 40% das mulheres dizem estar fora do mercado de trabalho por conta das responsabilidades familiares.
Em um país em que a taxa de pessoas em situação de pobreza chegou a 31,6% e a taxa de desemprego nacional em 7,5% é compreensível como políticas de ampliação da oferta de vagas na rede de ensino são de extrema relevância.
Em 2022, o Livres propôs a ampliação de oferta de Ensino Integral, o que possibilita que mães e responsáveis trabalhem em período integral, além do maior desenvolvimento educacional da criança. Além disso, nosso Caderno de Políticas Públicas defende também o Vale-Educação, que, de forma complementar a rede pública, aprimoraria o acesso de crianças carentes a escolas em diferentes modalidades de gestão, dando maiores possibilidades de inserção infantil.